ATAQUES INTERNOS: A CIBERSEGURANÇA EM CONTEXTOS DE CONFLITO E CORPORATIVOS

Em setembro de 2024, durante o conflito entre Israel e o Hezbollah, um evento dramático ilustrou a vulnerabilidade que até os mais rigorosos sistemas de segurança enfrentam quando há falhas internas. Dispositivos como pagers e walkie-talkies, utilizados pelo Hezbollah, explodiram simultaneamente após receberem um comando remoto, resultando em centenas de feridos e várias mortes. Estes equipamentos haviam sido manipulados por agentes de inteligência israelenses, que integraram pequenos explosivos antes dos dispositivos chegarem ao destino.
Obviamente o objetivo deste artigo não é ser partidário de ações ou eventos em prol de um ou outro grupo. Porém faz-se necessário estudar os tipos de ações ocorridas e criar controles para proteger as empresas.
Esse incidente reflete um tipo de vulnerabilidade que também ameaça as empresas diariamente: a ameaça interna. Assim como no ataque contra o Hezbollah, onde dispositivos comprometidos foram distribuídos, empresas enfrentam o risco de colaboradores ou parceiros comprometidos facilitarem o acesso a sistemas críticos. Tais ações podem resultar em ataques cibernéticos devastadores, como infecção por malware, ransomware, ou vazamento de informações sensíveis.
INFILTRAÇÃO E AMEAÇAS INTERNAS
Em ambientes corporativos, a ameaça interna pode se manifestar de várias maneiras. Funcionários, ex-funcionários ou terceiros com acesso privilegiado podem vender credenciais, instalar malwares ou compartilhar informações sensíveis com atores maliciosos. Uma vez dentro da rede, esses invasores podem causar estragos, comprometendo dados financeiros, propriedade intelectual ou a própria continuidade dos negócios.
Apesar de parecer “Hollywoodiano”, digno de cena de filme, a venda de credenciais é muito mais comum do que se imagina, com mercados digitais próprios para isso. Empresas de Telecomunicações e Midia sofrem demais com isso, resultando em perdas anuais expressivas. Sendo que os alvos mais diretos são os prestadores de serviço como Call Centers, Desenvolvedores Externos (Software Houses) e parceiros de tecnologia.
O paralelo com o ataque ao Hezbollah é claro: no caso dos dispositivos, o ataque não foi realizado diretamente por força militar visível e com perfil de engajamento, mas sim por meio de uma infiltração disfarçada em sua cadeia de fornecimento. Da mesma forma, empresas podem ser atacadas por meio de vulnerabilidades internas, seja pela ação direta de funcionários desonestos ou pela falha de parceiros que não implementam medidas de segurança adequadas e até mesmo correlatas com a empresa ao qual prestam seus serviços.
IDENTIFICANDO E PREVENINDO RISCOS
A prevenção de ataques internos e infiltrações requer uma abordagem robusta e multidisciplinar. Serviços como testes de intrusão, análise de vulnerabilidades e gestão de exposição cibernética, são essenciais para identificar pontos fracos nos sistemas e rotas potenciais de ataque.
- Testes de Intrusão simulam ataques reais, permitindo que as empresas identifiquem como um invasor poderia explorar suas defesas.
- Análises de Vulnerabilidades fornecem uma visão detalhada dos pontos fracos, permitindo correções proativas.
- Gestão de Exposição Cibernética monitora constantemente o ambiente digital para garantir que novos riscos sejam rapidamente identificados e mitigados.
No caso do Hezbollah, a falha em garantir que seus dispositivos fossem íntegros, seguros e o processo de montagem sem validações de segurança levou a um desastre. Em empresas, fragilidades semelhantes podem levar a enormes prejuízos financeiros, danos à reputação e interrupções operacionais significativas.No caso do Hezbollah, a falha em garantir que seus dispositivos fossem íntegros, seguros e o processo de montagem sem validações de segurança levou a um desastre. Em empresas, fragilidades semelhantes podem levar a enormes prejuízos financeiros, danos à reputação e interrupções operacionais significativas.
A IMPORTÂNCIA DA CONSCIENTIZAÇÃO E MONITORAMENTO
Além da tecnologia, a conscientização e o treinamento de funcionários desempenham um papel crucial na prevenção de ataques internos. Ao educar os colaboradores sobre boas práticas de segurança e comportamentos suspeitos, as empresas podem reduzir o risco de que insiders desonestos ou negligentes comprometam suas operações.
Adicionalmente, o monitoramento contínuo das atividades dos usuários pode ajudar a identificar comportamentos anômalos antes que eles causem danos irreversíveis. A implementação de sistemas de detecção e resposta de ameaças (Threat Detection and Response) permite que as equipes de segurança ajam rapidamente para conter qualquer possível violação.
CONCLUSÃO
O ataque aos pagers e walkie-talkies do Hezbollah serve como um lembrete de que até os adversários mais experientes podem ser vítimas de infiltrações. No ambiente corporativo, ameaças semelhantes surgem de colaboradores ou parceiros que, por qualquer motivo, facilitam o acesso não autorizado. Por isso, serviços de cibersegurança como os oferecidos pela CyberNexis são essenciais para proteger as empresas contra esse tipo de vulnerabilidade. Detectar e corrigir falhas de segurança antes que possam ser exploradas é a melhor defesa contra ataques devastadores, seja no campo de batalha ou no mundo dos negócios.
A proteção contra ataques internos e externos não é apenas uma questão de tecnologia; envolve um conjunto de processos, treinamento e monitoramento constantes para garantir a segurança e a continuidade das operações.